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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O saber da tristeza

Yuri Almeida

No post que iniciou este blog deixei bem claro que jamais postaria algo estritamente particular. Menti.

Não é por culpa minha e também não estou reclamando. A verdade é que a alma não quer se ocupar com nada que não seja a sensação que estou sentindo.

Hoje, o cair da noite nasceu banhado pela tristeza; e eu não via a hora de chegar em casa para conversar um pouco com você, que sempre me lê.

Amanhã será um dia em que a sensação de perda será maior; e o que falta fará mais falta ainda. Pior, creio que isto seja apenas o começo.

Pode não ser agora, mas às vezes temos excesso de falta. Sabia?

A tristeza me fez saber que os filmes sempre acabam no final. E isto foi tão... Decepcionante.

Em mais uma daquelas frases doce-amargas; ou como uma agulha fininha atravessando o peito, alguém já disse que o tempo cura as feridas. Mas será mesmo?!

Não sei. O certo é que pode até curar, mas não pode apagar as lembranças...

E isto é tão verdade, tão verdade, que acaba por me integrar à natureza deslealmente humana: anos e anos depois, continuará tudo aqui. Sempre.

Resta agora uma longa caminhada para casa. Se será demorada; não sei. Talvez chegarei lá.

Há despedidas necessárias. Há separações imprescindíveis. Há dores libertadoras. Há partidas sem voltas. Mas há esperança sempre no meio do caminho.

É. Ainda resta a esperança. Sempre ela. Afinal, o que seria de nós se não fosse essa capacidade de sonhar e ter esperança naquilo que pode ser ideal?

O certo é que cansei dessa bobagem 'romântica' de que sentir amor por alguém é algo que não se pode combater. Que tocado por ele, não há como como se esquivar de um outro possível toque.

Mentira!

Amar é escolher. Está lá, no dicionário, um dos significados do verbo 'amar': 'escolher'.

Ser amado?! Ser amado é aceitar que se é amado. Simples! Pra que tanta rebeldia?

Agora, definir o amor. O amor?! Nunca mais!

Humanamente; quem poderia definir o amor? Quem poderia mapear todos os segredos do coração?

Ainda resta a poesia, mas acabam-se as ilusões.

De agora em diante, vou simplesmente escrever. Falar de coisas da vida, essa vida terrena, mais vivida, cotidiana, essa vida de sempre; e, talvez, ocasionalmente falar da vida sonhada, aquela ideal, planejada com perfeição nos mínimos detalhes e que queremos crer ser possível.

Se não na real, pelo menos na poesia, na frieza da letra que mata, na dor compartilhada - e por que não no riso?

Enfim, por hoje é só. A vida continua...

E a gente se vê por aí.

3 comentários:

  1. Sim, a vida continua...
    mas lembre-se:Estou aqui!Não sei se fará muita diferença, mas estou aqui!
    Um beijo, meu lindo e doce amor!

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  2. Tudo que você escreve, toca profundamente a minha alma.Gosto muito de você!!Beijos!!

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  3. Não preciso falar o quanto você é profundo no que escreve, até porque te falei tanto isso hoje, rs.
    Mas é como se eu me visse no seu lugar digitando, como se você ao digitar podesse sentir o que sinto, e conseguisse transformar em palavras, e fica tão simples, adoro a forma como faz, e me mostra que o mundo é bem mais fácil de se compreender. E desembaraça todos os milhares de fios de pensamentos entrelaçados.
    Simplesmente perfeito.

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