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quinta-feira, 29 de setembro de 2005

O Alto custo da erudição

Procurei por muito tempo uma analogia interessante para escrever esse texto, mas não me ocorria nenhuma, por isso tardei tanto à escrevê-lo. Tudo começou a partir de um questionamento que me fiz: Ser culto tem alguma importância

Não! Cultura não tráz benefício nenhum... Estarei errado? Penso que não e vou tentar explicar porquê. Ser culto tira teu potencial de integração e afasta as pessoas, que não conseguem entender aqueles comentários espirituosamentes cultos que você volta e meia emite com a impressão de que está arrasando.

Ser culto só te torna mais distante do mundo. Devemos ver a cultura como algo estaparfúdio e anacrônico. Eu, por exemplo, nunca ganhei nada com toda a cultura que angariei nos últimos anos. Percebo, até, que preciso me "boçalizar" um pouco. Proponho aqui a CAMPANHA NACIONAL DA BOÇALIZAÇÃO.

Meu objetivo com esse post de hoje é trazer um apanágio completo dos efeitos nefastos que a cultura exerce na vida de uma pessoa. A intenção desde texto não é pedagógica, educacional. Pois, como eu disse: Cultura não tráz benefício nenhum.

Leitura??? devemos ler apenas o suficiente. Algo como livrinhos para vestibular, revistas de mulher pelada e, é claro, as que falam sobre novelas. Ser culto só te atrapalha, essa chatice te faz abrir a cabeça, te faz pensar, te faz ficar mais humano, te faz aprender a comparar opniões e, ninguém aqui quer perder tempo comentando esse post.

Se o lê, é por amizade.

Pra que trocar a gostosa alienação pela cultura? Deus nos livre!!! Ficaremos sabendo dos fatos e nos preocuparemos com a situação atual que nosso país vive. Já não basta termos que nos preocupar com os acontecimentos do mundo das celebridades, ainda temos que nos preocupar com a crise política que o pais vive. Fala sério, não vale a pena esse esforço.

Negócio de política o que, esses políticos não passam de uns filhos-daquela-senhora-que-todos-conhecem; só sabem roubar. Pra que se preocupar em ter cultura se o Brasil não tem mais jeito??? Ainda mais agora, que vai ter um tal de reverendo... não, reterendo... digo, refe... refe... ah, sei lá! Um negócio que vi outro dia na novela sobre termos arma em casa.

Temos mais o que fazer, imagine perdermos o Faustão ou o Gugu. Nós, em pleno domingo, nos preocupando em votar em algo. Ah se eu pego quem começou com essa idéia de termos direito ao voto.

Cultura para que, minha gente?!? Ter cultura só nos prejudica, pois, no caminho rumo a erudição terminaremos por nos tornar um espécime incomunicáveis com os demais, teremos que criar nosso próprio idioma, pois não haverá mais um assunto em que consigamos nos inserir, não haverá mais uma reunião social onde possamos nos sentir entendidos, nem consigamos entender.

É, o texto já está ficando grande demais e ler é tão chato que vou terminar lembrando à todos que ter cultura é irrelevante, que devemos todos permanecer habitando o universo das futilidades trivias e superficais, onde o amor se resume em uma cerveja gelada e uma boa trepada. Tem algo melhor que isso??

A minha alma pelo conhecimento

A idéia de que o poder e a riqueza em excesso escravizam, tornam o ambicioso um solitário, está nas origens da existência humana, tanto quanto o conceito de matéria e espírito como incompatíveis e opostos. Ante isso, penso que será interessante trazer a idéia da obra que é símbolo da insatisfação e da inconstância humana.

Falo de “Fausto” de J.W. von Goethe. Quanto tomei a leitura de "Fausto", através da obra de Goethe, meu espírito idealista identificou-se com o espírito pré-romântico da visão goethiana. Fausto é o próprio espelho da humanidade inteira.

A obra nos toca por que fala da gente. Há uma relação bastante estreita entre as ambições de Fausto e as nossas. Mesmo que muitos digam que não, todos querem sempre através das mais diversas habilidades sublimar-se à mera condição humana.

A condição de sermos finitos e imperfeitos não nos satisfaz, então tentamos superá-la, imitando o ato divino ao representar ou recriar o mundo e nossa existência. Nem que para isso tenhamos que, como Fausto, negociar a alma.

Fascinante e envolvente, a obra mostra de maneira genial o quanto é do homem querer superar seus limites. A busca pela juventude, poder, sabedoria, as relações entre o humano e o divino.

A conquista de tudo isso através do pacto com o demônio. Mefistófeles, o diabo na obra, simboliza o mistério da existência, a lucidez, a revelação que conduz à sabedoria, um desejo quimérico de eternidade, ainda que o preço a pagar seja o da própria danação. Para mim, como todos nós, Fausto é entediado de si mesmo.

Cansado de sua existência, Fausto negocia sua alma mediante a obtenção de um estado de plenitude e satisfação perene.

Fausto representa o homem na sua incessante, angustiada e inatingível busca pelo conhecimento universal e absoluto que a todo o momento nos lembra e nos humilha perante as maravilhas do Universo, mas também sugere em nós a possibilidade de atingí-los ou desvendá-los. Pois, a danação humana não se restringe apenas num castigo superior por infringirmos regras morais, religiosas ou divinas, mas sim, pela conseqüência do livre-arbítrio.

A angustia de Fausto é também nossa angustia, pois ao tentarmos explicar tudo pelos meios que temos, tais como ciência e razão, perdemos o contato com o divino. E por nunca se achar resposta, passa-se a não acreditar mais que se possa realmente entender e, adquirindo esse pensamento, vive-se para o prazer, o poder, o dinheiro.

A grandiosidade dessa obra é fascinante, visualizo nela, o quanto o homem vivencia essa insatisfação consigo mesmo que o faz buscar um sentido, um valor, tornando-se capaz das maiores atrocidades com o próximo e consigo mesmo, negociando o único objeto apreciável para esse tipo de negociação: a alma.

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Desculpas, e post de amanhã

Gostaria de pedir desculpas à meia dúzia de gatos pingados que me lêem, por este blog não está sendo atualizado. Bom, é que a configuração não estava muito boa, então resolvi mudar o templante do blog. Atiçando a curiosidade e preparando o terreno: Amanhã postarei um texto explosivo sobre literatura , que vai mexer com muita gente: Goethe. O texto envolve exatamente sua maior personagem de sua maior obra: FAUSTO. A grandiosidade da obra de Goethe causou-me impressões profundas que colocarei aqui. Nada comparado aos textos de críticos literários mais competentes como Harold Bloom, mas quero registrar aqui minha visão da obra. Então; esperem, leiam, concordem e se revoltem. Só não dá mesmo é para ficar indiferente.

domingo, 25 de setembro de 2005

Desconhecido, mas nem tanto

Apesar de tentar fugir das obviedades de uma apresentação, sei que é impossível falar sem que ninguém saiba ao menos o que esperar deste blog. Como o próprio nome sugere, a defesa de que sempre faltou dizer algo estará sempre presente.Abordarei tudo aquilo que considerar interessante, capaz de suscitar discussões, fazer as pessoas pensarem e, fundamental, que eu tenha capacidade de falar bem a respeito.

Bom, escritores utilizam, basicamente, duas matérias-primas para a criação de seus textos: vivências pessoais e imaginação. Armado dessas duas ferramentas falarei sobre temas que me interessam e que eu considere que podem interessá-los: literatura, política, cultura, filosofia, Internet, religião, arte, música e, é claro, minha vivência. Mas de já prometo: a pessoalidade será economizada ao máximo. Claro que também não vou isolar as experiências pessoais de todo, mas só vou falar sobre elas quando perceber que podem despertar alguma reação nos leitores, isto é, quando for interessante a mais alguém além de mim mesmo.

Em meio a tantas estrelas resplandecentes da blogosfera, eu sou apenas um iniciante completamente anônimo, apesar de esta não ser a minha primeira tentativa de publicar idéias e pensamentos na Internet. Por onde começar? Bom, como disse, gostaria de fugir ao tom óbvio das apresentações. Então, faço juz ao título do blog: Opine, critíque, escreva. Afinal, sempre se tem algo a dizer...