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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O amor nos tempos do cólera

Quem nunca escreveu cartas de amor que acabaram nunca sendo enviadas?

Quem nunca sentiu o aperto de ser fria e obstinadamente ignorado justamente pela pessoa por quem vertemos nosso encantamento?

Não sou um cara romântico – aviso logo, mas como me interesso pelo amor e, principalmente, por histórias de amor, não pude evitar o envolvimento quando li a provavelmente mais bela história de amor já contada.

Eu que já estou embevecido pela experiência de estar sendo arrastado pelo desejo do amor pra sempre, forte como o cólera; do amor que não pode dar certo, mas que sobrevive; um amor que vai além das formas, da moral deteriorada e dos paradigmas; senti-me completamente destruído.

Se existe o amor, e este faz algum sentido, certamente está na obra intemporal do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, O Amor nos Tempos do Cólera.

A obra trata-se de uma bela e quase impossível história de amor profundo. Amor pelo amor, e da vida em nome do amor. É uma história tão impressionante que me enredou desde a primeira página, mal pude me erguer do sofá enquanto lia.

A história é uma verdadeira epopéia sobre as relações humanas: feias e bonitas, brutas e delicadas, enaltecedoras e humilhantes. Ter lido O Amor nos Tempos do Cólera foi como uma obrigação sentimental.

Tudo bem, tudo bem eu confesso: identifiquei-me com Florentino Ariza, e sua obstinação por seu amor Fermina Daza.

Tudo!

Suas serenatas frustradas, suas inúmeras cartas enamoradas, o amor não retribuído, as dores da indiferença, a paixão secreta trancada a sete chaves em seu peito, seu coração fechado e destinado a um único amor, sem se importar com o tempo e com os olhares atravessados da sociedade hipócrita.

Aliás, haverá algo mais provocativo que perceber que o mais belo está em nossa alma?

Ao final do livro, meu coração mirou uma luz no fim do túnel. Pois percebi que o amor simplesmente existe. Multiplica-se, surge, recria, se renova.

Percebi que o amor sempre será o amor. Assim. Simples. Sonhado. Seja nesses dias loucos em que vivemos, onde se confunde sexo com algo tão sublime, ou o amor nos tempos do cólera.

4 comentários:

  1. Yuri, conseguir sentir a dor dos outros é um sentimento muito nobre..

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  2. Isso é muito, muito, muito Crostismo! Hahahah...

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  3. Sabe, resovi ler novamente este seu texto.É impressionante como descreve uma obra tão bem (senti vontade de ler o livro). Hummm fiquei apaixonada pela história e senti uma vontade enorme de amar por amar,simplesmente amar, no verdadeiro sentido da palavra.Mas será que existe esse amor simples, sonhado, em nossos dias loucos?
    Beijo no coração!

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