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sábado, 1 de novembro de 2008

A construção da linguagem: o poder e os limites da fala

Já conhecimento de todos; a linguagem nunca foi a minha praia. Mas, ultimamente, tenho analisado bastante o poder e os limites da fala. Aonde ela chega e até onde ela pode ir. E, muito mais que isso, a sua capacidade de construção em meio a um mundo pós-moderno tomado por valores volúveis e efêmeros.

É certo que as relações interpessoais, quando consumadas de forma física (partindo de um pressuposto sensorial), também, falam muito. Mas tenho percebido que essa forma de expressão nem sempre diz tudo, e, é exatamente esse dito, que pode vir a se tornar uma poderosa ferramenta de construção de valores em nosso contexto sócio-cultural.

Pensando assim me permiti refletir mais sobre a máxima do "papa" da filosofia da linguagem, Wittgeinstein: "Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo". Até onde refutar ou concordar com a afirmação do pensador?

Em suas Investigações Filosóficas, Wittgeinstein diz que o sujeito tem a capacidade de batizar o seu objeto de acordo com a sensação privada que ele tem do mesmo. Exemplo?! Se digo "eu te amo" à alguém, este meu objeto pode estar recebendo uma informação arbitrária.

Nem mesmo o sujeito pode ter a certeza do que se está falando. Quem disse que o que falo não pode ser nomeado, sei lá, de "quero transar com você"? O sujeito então não teria justificativas ou critérios para legitimar a sua fala, e esta correria um grande risco de não ser verdadeira. Ou não!!!

O melhor vem agora, quando o pensamento é visto às avessas: a forma de amar dita pelo sujeito pode ter uma interpretação única dele, exatamente porque é privada. E ele tem a total liberdade de dizer - ou batizar- o que sente, e da forma dele, ao seu objeto.

Já o objetvo, por sua vez, terá o total entendimento da fala (do mesmo sujeito), porque compreendeu exatamente o que acabou de ser dito. Construiu-se, enfim, uma linguagem (e uma linguagem própria). Interessante, não é?!

Pensando em meu exemplo, acho que é por isso que as pessoas, hoje, tem tanto medo de dizer o que sentem. Temem a significação dessa fala no receptor. (Há quem fale até no peso da responsabilidade daquilo que se diz.).

Pura bobagem!

Se as pessoas bem soubessem o quanto é edificante dizer, da forma mais transparente, o que se tem na mente. Independente da nomenclatura dada a esse sentimento ou objeto (e é exatamente isso o que menos importa), apenas dizer, simplesmente... sem regras, sem medos, sem melindres...

Então, pra quê mesmo se preocupar com isso? Por que achar que é possível ou impossível dar nomes ao que se pensa ao falar de uma sensação privada, se ela já encontra, pois, o seu espaço na linguagem? E vou mais além... Prá quê buscar palavras na razão? Prá quê?

Afinal, por que mesmo estou falando isso tudo?

Pronto, desconstruí!

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