A arte dispensa favoritismo. Quando bebo Van Gogh me emociono. Entre outro gole, passo para Gauguin, e fico sem palavras. O mesmo acontece com Cézanne e Kirchner. Mas é com Edvard Munch que meu espírito se embriaga.
Nenhum outro pintor expressou de forma tão simbólica e subjetiva os sentimentos humanos.
A dor, a angústia, a solidão, a separação, o medo, o amor, o desespero, a dificuldade de viver. Munch fala da alma, na alma, para a alma. As linhas de Munch são inflexíveis ao expressar o sentimento humano.
Banhados por tristes e angustiantes representações, seus quadros e obras gráficas abriram caminho para o desenvolvimento do Expressionismo. Poucos artistas se retratam de forma tão fria e intensa quanto ele.
As composições concebidas por Munch colocaram-no na fronteira da inteligibilidade artística. Em O 'Grito', Munch mostra uma angustia interior descomunal. Não é só a personagem central que grita. Toda a natureza, todo o universo ao seu redor é um grito de desespero. O próprio Munch, na referência escrita que deixou sobre a obra, falava num grito da natureza:
"Passeava pela estrada com dois amigos, olhando o pôr-do-sol, quando o céu de repente se tornou vermelho como sangue. Parei, recostei-me na cerca, extremamente cansado - sobre o fjord preto azulado e a cidade estendiam-se sangue e línguas de fogo. Meus amigos foram andando e eu fiquei, tremendo de medo - podia sentir um grito infinito atravessando a natureza".
A essência de toda obra de Munch prima pela necessidade da expressão humana, do eu, do indivíduo em detrimento do perfeito, da arte em detrimento da superficialidade. A arte surge da exposição das verdades mais profundas do artista.
O ponto comum em sua obra é o rompimento com as convenções, a liberdade de poder expressar e viver as mazelas humanas. Munch retratava o mundo em vez de apenas capturá-lo. A obra dele é visceral, quando você o observa não está vendo a imagem de algo superficial, mas sim penetrando nas entranhas do pintor.
Para Munch, a arte era algo muito mais do que simplesmente retratar algo belo, algo perfeito ou estilizado segundo os cânones de beleza e harmonia. A arte era utilizada com arma para lutar e denunciar situações anómalas e de descontentamento e que se verificam na sociedade. Grande parte de sua obra revela a pessoa aprisionada dentro de si mesmo e que o mundo nunca chegou verdadeiramente a conhecer.
Em uma espécie de manifesto ele escreveu:
Queremos mais do que uma mera fotografia da natureza. Não queremos pintar quadros bonitos para serem pendurados nas paredes das salas de visitas. Queremos criar uma arte que dê algo à humanidade, ou ao menos assentar suas fundações. Uma arte que atraia a atenção e absorva. Uma arte criada no âmago do coração”.
Desse modo, o artista não deve pintar realisticamente, mas sim exprimir e recriar a expressão de maneira encarar, a desnudar e literalmente GRITAR seu universo subjetivo.
mais uma vez, parabens! (:
ResponderExcluirmuito lindo o post sôbre Munch.
ResponderExcluirUm bom fim de semana pra vc de Paulo de Tarso
Quando falamos em arte, nos referimos á várias formas de expressão.
ResponderExcluirYuri expressou muito bem sua emoção ao escrever este texto. Mostrou o potencial do pintor Munch, sem a necessidade de detalhar suas obras.
Parabéns!
Tenho 2 considerações a fazer: 1ª o priberam passou o dia todo aberto heim? e 2ª, eu quase ia fazer como na vez de Florbela,mas como tu ja conhece essa tática...rs
ResponderExcluirParabéns o texto tá ótimo.
Ufa!!entrei e encontrei o mais belo texto escrito por ti,completo... defines "arte" com a alma,pois não poderia ser de forma diferente,trás o sentido da obra "O Grito" em cada leitor,fazendo com que ele se identifique com o artista e se confunda com o "escritor",rs.Lembro quando vi "O Grito",pela primeira vez,e me vi,estava retratada minha alma,meus pavores,meus monstros,percebi que ia mais além de mim,transpassava meus muros e retratava um Universo,mas não estático,sim em movimento,em expressão de dor,aflição...talvez o grito dado ao abrir a "caixa de Padora",talvez o grito calado ao esconder ,aprissionar o "amor" ....Parabéns poeta!!!
ResponderExcluirô yuri cara vc está precisando deixar pra lá esta meda toda!!
ResponderExcluirIsso aqui é o pais do carnaval e o pessoal s´´o quer saber de pagode e cachaça, certo?
do amigo, Trocantino
Iae brow!
ResponderExcluirMuito bom o texto, a arte n so como entretenimento.. mas estilo de vida.. me emociona..
tenho marocado mas nunca deixado comentario.. aqui estou eu! rsrsr
um abraço do seu fã!
Da um bjo em ELisa..
num aguento mais vir aki..
ResponderExcluiré o mesmo post sempre >.<
cuida... atualiza!
Yuri gostei muito do texto
ResponderExcluirparabéns!!!!!!
Bom para um aboa reflexão
abraçosssss
Yuri,
ResponderExcluirA sensibilidade humana é inerente ao homem.Já nacemos sensíveis ao belo ao bom gosto, por sermos parte deste todos maravilhoso, dessa arte viva que é nosso planeta.Infelismente no nosso país, grande parcela da nossa população "cresce físicamente", mas, sendo deseducada dessa sensibilidade natural e conforma-se em apreciar o "mínimo", o q é feito com pouca ou quase nem uma criatividade.Também, pq nesse processo de educação as avessas, desístem de pensar, de refletir e analisar. Comforman-se com o quase nada. Assim, essa sua "expressão" q é educativa, é um tranbalho de formiguinha q deve ser respeitado e valorizado. Continui nessa caminhada...
Mardionísia
pense num texto escolhido lido e relido, hehe, também pinto e fico emocionada ao ver depoimentos do tipo... muito bom!!!
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