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terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

A imbecilização da Língua

Tempos atrás, cometi o despautério de ler a coluna semanal Internauta, do Jornal Pequeno. Em um lingüajar escrito sobre pedregulhos, a colunista, Cristiana Frazão, acaricia e incentiva o uso do Internetês. Aleijando a língua portuguesa, a colunista escreve seus artigos numa espécie de besteirol que nada tem a ver com a gramática, ortografia, e às vezes subverte a própria semântica. Defendendo a idéia de que nunca se escreveu tanto nos últimos anos, ela considera positivo o uso desse tipo de linguagem.

Para mim, o uso dessa linguagem é um desserviço para o ensino da língua padrão. O ensino da ortografia é feito principalmente por memória visual. Quanto mais você se acostumar a ler fora da escrita padrão, mais dificuldade você terá de lembrar a forma correta das palavras.

Há os que, como ela, comparam essa baboseira com a gíria. A gíria é um produto da expressão popular, o Internetês não é nada. Esse tipo de linguagem é destinado às conversas totalmente superficiais e sem o mínimo de profundidade. Eu, pessoalmente, execro esse tipo de linguagem. Vejo-a como um descaso com as normas gramaticais da Língua Portuguesa. Nela, tudo vale, vale as perdas das preposições, o não uso de pontuação e acentuação, a abolição do plural, o desleixo, a confusão dos tempos verbais, a preguiça, os modismos.

Em Lingüística, aprendemos noções de variedade lingüística. E também de adequação. Sei que é preconceito lingüístico classificar os socioletos em certo e errado, de acordo com a norma padrão da língua, mas aceitar essa atrocidade é insensato.

Não sou nenhum paladino da justeza exagerada da Língua. Porém, não posso aceitar essa deformação que vem extinguindo A Última Flor do Lácio. Quanto maior for a desinstrução, a incultura, o desdém pela leitura e pela escrita, mais escassos serão a compreensão e a interiorização da norma culta. O que nos levará (nós quem, cara pálida?), mais uma vez, aquilo que intitulei de Pátria dos Dementes. Um povo fracamente instruído quão possível. Onde se prevalece a inépcia, a fealdade e a incapacidade.

Uma dica:

Aos amantes do “naum”, conheçam a obra do teatrólogo Naum Alves de Souza. Talvez seja um começo!

8 comentários:

  1. AQUI NO BRASIL, VIROU O PAIS DO BESTEIROL EM TUDO, ATÉ NA LINGUA
    PORTUGUESA, QUE EU A CHAMO DE LINGUA BRASILEIRA..ABRAÇOS DE PAULO DE TARSO DO ORKUT

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  2. Muito bom o texto irmão! Continue assim, precisamos resgatar nossa língua, " a ultima flor do Lácio, inculta e bela!" Fica na paz!!!

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  3. Excelente texto! Concordo que precisamos está atentos a não cair no internetês, uma vez que temos uma língua riquíssima.

    Abraços....

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  4. Pensas como difícil fica em uma sala de aula...(risos),gostei do texto,este é um fato que vem tomando forma maior cada vez mais,que fazer?tento combater como posso,esclarecer,conversar...como foi citado por ti: as conversas são superficiais,dementes...é essa a impressão que usas,um encontro de dementes...e cresce,assusta a todos...levarei seu texto para escola e junto com os alunos iremos navegar no profundo e sábio desejo que manifestas em combater essa pseudo forma de comunicação...um forte abraço de sua fã...Fátima Morais

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  5. Só tive tempo de ler hoje, li e gostei, simples assim, abraço amigo.

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  6. É certo lembrar que com a popularização da internet seria impossível não haver uma influência direta na maneira de nos comunicarmos. Aliás existe uma troca de informações muito grande pela internet,que na maioria das vezes precisam ser rápidas e mesmo que o internauta seja ágil aos teclados, há sempre uma possibilidade e uma necessidade de ser mais prático, mais veloz.Não vejo o internetês como algo fora do comum e sim como uma linguagem prática que deve ser usada APENAS na internet. As pessoas precisam se adaptar a evuloção da linguagem.Eu seria hipócrita em comcordar como dono do blog, pois uso o internetês( mas só na internet!!!).OK... e as pessoas q se colocaram a favor da opinião do Yuri (srsrsrs) duvido muito que NUNCA tenham usado o internetês.

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  7. Ei!Alguém aqui lembra da Taquigrafia?
    Pois é, a palavra Taquigrafia vem do grego taqui = rápido e grafia = escrita, é um termo geral que define todo método abreviado ou simbólico de escrita, com o objetivo de melhorar a velocidade da escrita ou a brevidade, em comparação a um método padrão de escrita. Esse método permite que alguém, bem treinado no sistema, escreva tão rapidamente que possa acompanhar as falas de um discurso.

    Não sou a favor do assassinato das regras gramaticais e muito menos do internetês, mas utilizo um meio termo, que são alguns dos simbolos utilizados em taquigrafia e que todo mundo conhece:q, qdo, qto,ñ, bjs e muitos outros.
    Não vejo mal nenhum em utilizá-los.
    E como a Adryele, só utilizo esses simbolos na internet.

    P.S.: concordo com o Yuri mas, adorei Adryele xD

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