2007 não foi nada bom para esse espaço e 2008 só começou agora, visto que já estamos no final de fevereiro e só então postei algo.
Andei completamente desaparecido do blog nos últimos meses, aproveitando-me da desculpa esfarrapada que eu andava sem tempo, e que, por isso, não pude me dedicar como gostaria, acabando por não postar nada.
Tudo mentira. Aproveitei-me do clichê de "estar sem tempo", e acabei me dar ao luxo de ter lapsos de escrita. Algo como uma abstinência textual -e intelectual. Dúvido que Joyce, Poe, Hemingway e Hesse se dessem ao mesmo luxo.
Ontem, após cair numa contradição existencial, lembrei-me de diversos momentos de ócio que tive e não os compartilhei com meu singelo caderno do cotidiano.
Esse abandono é imperdoável. Tenho um carinho muito especial pelo meu blog e preciso cuidar melhor dele, mesmo que eu não tenha platéia; comentários.
Pior do que perder uma perna do meu amor-próprio, ter deixando essas páginas em branco, foi como ter ficado de mal com os que me liam.
Houve um tempo em que mais do que espontâneo, escrever era necessário. Escrever era tão primitivo quanto pensar. Os tempos são outros. Estou num hiato criativo, que teima em não terminar.
Convenhamos, escrever não é fácil, mas voltar a escrever, depois de um longo tempo de inatividade, é infinitamente mais difícil.
Pretendo retomar e aos poucos voltar a escrever. Sei que não será como antes, mas continuo tendo gosto pela escrita.
Sintam-se à vontade para duvidar da volta do blog à atividade; porém espero conseguir frustrar os céticos.
Digamos que eu nem seja cética, mas, como diria o nosso celebrado realista português, Eça, "um homem de letras, que não escreve as suas memórias, tem realmente direito a que outros lhas não escrevam."
ResponderExcluirHá aqueles ilustres sábios que se resignam ao posto de escritor à sombra de sucessos passados, visto que a temporalidade de suas escritas não é ultrapassável.
Espero mesmo que vc não seja um ilustre sábio, mas sim um venerável homem de letras, literalmente.
E...bom retorno! :)
Beijoooooooo
Carríssimo Almeida...Li uma vez uma frase que me lembrou o tema dessa sua postagem, ela é do Alexandre O'Neill: "Há uma altura em que, depois de se saber tudo, tem de se desaprender. Sucede assim com o escrever. Com o escrever do escritor, entenda-se."
ResponderExcluirPra mim você é um escritor nato. Inteligência não é o seu forte, é a sua essência, é a sua mais alta representação. Portanto, nunca mais deixe de embelezar a vida com palavras que só você sabe muito bem colocar em verso, prosa e poesia, dilemas e reflexões...Não permita que uma dificuldade ponha fim ao prazer de lê-lo.
Ser-se original é mostrar-se que se é diferente. Assim, continue...Há um norte, há um lugar seu, só seu...
Estou maravilhada com suas postagens, sobretudo saber que você está de volta.
Vou te indicar "Pensar", de Vergílio Ferreira, essa obra pode te responder o por quê de estares aqui:
"(...)Senta-te diante da folha de papel e escreve. Escrever o quê? Não perguntes. Os crentes têm as suas horas de orar, mesmo não estando inclinados para isso."
Jeanne Saraiva