Em Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley nos mostra uma sociedade totalitária, onde o ser humano é condicionado conforme o bel-prazer de uma casta que domina politicamente os demais.
Na obra, podemos ver um farto material sobre a formação intelectual de um povo, com uma visão literária; tornando-se fonte excelente para o problema que aqui exponho.
Mas antes, urge destacar porventura que a verdadeira razão deste texto se centra no pormenor de que já perdi a conta a todas as bestas a quem fui obrigado a tratar com respeito - por educação, quando estes brutos indivíduos sentiam-se mal por estarem na presença de pessoas com conhecimento, e que podem desmascarar a sua ignorância.
Sim, Yuri, mas e o tal problema? Simples. A indústria de graduados do país está, desde sua origem, longe de cumprir o papel de estimular o conhecimento. A imagem de atraso é tanta que, ineficiente, o tolo terceiro grau deveria ser hoje apenas motivo de piadas.
Um exemplo claro deste Ad Hominem é o fato de que essa casta formação intelectual acadêmica é a mesma que tolera um analfabeto na presidência da república (analfabeto por se orgulhar em ser iletrado), mas repudia quem não tem o curso superior.
Patéticos e inúteis, a grande maioria de nossa classe graduada considera ser o "verdadeiro conhecimento", aquele onde o indivíduo é obrigado a cursar um determinado número de cadeiras e uma determinada grade curricular.
Um pensamento válido, porém inócuo, posto que não se tenha controle sobre o que aprendemos, já que a educação é algo pessoal, estimulada não só pelos fatores externos, mas filtrada pelas aptidões.
Aqui, existe um culto imbecil ao canudo, que estigmatizaria um Euclides da Cunha por ser autodidata e o consideraria inferior por não ter um diploma superior.
Na mesma linha, seria impossível um Amador Aguiar surgir hoje em dia e criar um Bradesco. Primeiro porque ele sequer conseguiria uma vaga como contínuo por ter somente o primário completo.
Não sou contra, aviso logo, a instituição do diploma; sou contra, sim, sua veneração, contra a “graduotice”, enfim - contra essa indústria de "universotários".
Não proponho que dispensem o canudo para imporem-se como intelectuais da expressão de Luís Fernando Veríssimo, Millôr Fernandes, Paulo Francis; criados neste país em que se formar em direito ou medicina é mais uma praxe, um clichê.
A verdade é que, ou o país acorda dessa cultura de imbecil-coletivo ou continuará Ad Infinitum, sendo esta pátria de dementes, onde se é mais culto quem lê Seleções.
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